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Meus alinhavos

  • Foto do escritor: Alayde Mestieri
    Alayde Mestieri
  • 31 de jan. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 9 de fev. de 2024

Tudo o que aprendi,foi construído tendo como base um auto conceito ajustado à minha realidade. Esses "alinhavos", serviram para explicar um mundo de ilusões.

Tudo o que eu percebia se encaixava perfeitamente e se unia a mim.


Os "alinhavos" serviram para construir os conceitos. Assim, caminhei canalizando minha vida, sem me dar conta que poderia fazer de outra forma, mais fácil sem tanto desgaste.

Notei que, ,não possuir auto-conceitos, nos permite a possibilidade de seguir adiante, construindo um mundo em unidade com as suas exigências, em termos iguais.


Os "alinhavos" feitos por mim, não tem absolutamente qualquer semelhança comigo. É como se fosse um ídolo que sendo adorado, toma o lugar da minha realidade.

Esses auto-conceitos, que você chama de pré-conceitos não são o que aparentam ser. Primeiramente são encenados com a face da inocência, e me cativam, por isso são perseguidos como verdadeiros, são como companheiros, que até podem oferecer alívio. Acreditei que eles me davam segurança dentro de um mundo mau.


Esse mundo mau e ruim, é um aspecto da raiva,pois não é capaz de prover o amor e o abrigo que mereço. E assim, sinto-me injustiçada pelo mundo que não me reconhece.

Esse auto-conceito, (pré-conceito)veste o orgulho de tolerar os ataques do mundo em auto defesa.São geralmente aprovados pelo mundo,e permitem que os caminhos do mundo sejam mantidos a salvo. Assim, tudo é mantido, supostamente sob controle na escuridão, onde não se percebem os erros. Por manter esse símbolo vivo, me aprisiono e me condeno pelo que sou.


Porém, esses auto-conceitos foram aprendidos e não são naturais, se não fosse o aprendizado eles não existiriam.Como não são dados, eles tem que ser construídos. Nenhum deles é totalmente verdadeiro ou não encerram verdade alguma, eles vem da minha imaginação fértil e são cheios de distorções nascidas do medo. Eu dei o significado o meu significado, do meu mundo, por isso eles não podem ser usados para demonstrar que o mundo é real. Nasceram no meu mundo, na minha "sombra", cresceram pelos meus caminhos e finalmente amadureceram no meu pensamento.


São idéias de ídolos pintados com os pincéis do mundo, e não podem fazer nem um único retrato da verdade. Percebi que os meus "alinhavos" não tem significado, geralmente não servem para explicar nada, não servem nem mesmo para retratar o que são.

Todo aprendizado que tive, foi com o objetivo de mostrar-me como eu "deveria "ser e agir,para escolher as leis do mundo que deveriam ser seguidas, e nunca buscar ir além, nem compreender o modo como me vejo. Assim, construo minha prisão, e vivo supostamente bem, trancada nela.


Resolvi desmanchar esses "alinhavos",para ajudar minha mente a ter paz.É meio complicado, desaprender, aprender que sou uma outra coisa, é como mudar de identidade. Não posso trocar de repente aquilo que acredito que sou, sem que um receio apareça e diga "cuidado".

Tenho muito claro agora, que não sei o que vai acontecer, não prevejo o futuro, não dirijo ou ordeno os fatos, não sei como vou agir em determinadas circunstâncias, e pasme! Não sinto desconforto, pelo contrário, ter a certeza do incerto me deu muita paz.Me colocava na defensiva, sem saber se ia ser atacada, um desgaste inútil.


O meu conceito de mundo dependia dos meus "alinhavos" .O. que acontece com esse mundo, quando o quebra-cabeça montado for destruído?.Posso escolher ser outra coisa, isso desloca meu auto conceito passivo, para o caminho de uma escolha ativa. (Tive um vislumbre da lei da percepção). O que eu vejo reflete o estado da minha mente que percebe.

Sempre achei que encontrava as respostas por mim mesma e "eureka", a salvação está em escapar dos conceitos! Não é importante ter tanto conteúdo na mente, mas simplesmente o que pensar, e posso escolher no que pensar e como pensar.

Percebi que tudo que penso, reflete a profunda confusão que sinto a respeito de como fui feita e do que sou. VAGAMENTE OS ALINHAVOS PARECEM RESPODER AQUILO QUE NÃO SEI.


Não posso basear em símbolos, o que sou. Não existem conceitos ou "alinhavos" para representar o que sou, não tem significado. Só posso interagir comigo mesma. Eu olhava para o mundo e seus acontecimentos guiada como me via. Nada ficava fora da percepção dos "alinhavos".

Acredito que, conforme a percepção de mim mesma for mudando meus auto-conceitos irão diminuindo e as mudanças aparecerão em vários níveis.

Hoje existe uma certa confusão, quando percebo a mudança do EU MESMO, mas sou agradecida pelo fato de que o aprendizado do mundo, está afrouxando o controle que tenho sobre a minha mente.


Virá um tempo onde todas as imagens terão desaparecido, e verei que não sei quem sou, terei a mente aberta, sem lacres, sem impedimentos ou limites. (Cairão as paredes que hoje construo do meu castelo nas nuvens).

Quando não existirem mais auto-conceitos, as coisas serão como "alinhavos" que todos os são simplesmente. Quando eu reconhecer foram feitos baseados em hipóteses, então a verdade aparecerá, livre de culpa, mansamente calma.


Por enquanto fico com a seguinte afirmação: Eu não sei o que sou, e portanto não sei o que estou fazendo, como olhar para o mundo ou para mim mesmo. O que EU SOU falará de mim mesmo.


19/10/2001

 
 
 

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